quinta-feira, 9 de julho de 2009

A FILOSOFIA ESPÍRITA TEM A MORAL MAIS PURA.



Como especialidade, 'O Livro dos Espíritos' contém a Doutrina Espírita (Filosofia Espírita).

Uma série progressiva de fenômenos espirituais,deram origem a Doutrina Espírita.Nenhuma filosofia se elevou ainda a tão grandiosa concepção da vida universal,nenhuma lecionou ainda moral tão pura! O Espiritismo foi apresentado ao mundo,apoiado na base inabalável da certeza científica.
O Espiritismo é uma ciência progressiva,baseia-se no Ensino dos Espíritos e na análise minuciosa dos fatos.
O Espiritismo é tão velho quanto o mundo.Anterior ao Cristianismo.Por isso mesmo,não se originou dessa religião e nem está vinculada a mesma.



A FILOSOFIA ESPÍRITA nos descortina a realidade espiritual,em seus princípios e leis específicas,nos remetendo à nossa origem e ao nosso futuro,como Espíritos imortais e perfectíveis,inseridos em leis eternas que não devemos transgredir.E sob o imperativo do princípio da reencarnação,evoluimos espiritualmente: intelecto-moralmente.

Abrange o ético, o racional e o epistemológico. Ou seja, não se trata de uma simples filosofia, onde o que domina é a especulação intelectual e a preocupação informativa. Kardec propõe uma base fundamental para a orientação e a transformação humana, unindo o teórico e o prático, não sendo, portanto, uma simples especulação metafísica.

Portanto, é possível identificar no Espiritismo, os fundamentos de uma filosofia racional (Epistemológica). Em 'Prolegômenos', introduzindo 'O Livro dos Espíritos', Kardec escreve 'Este livro é o compêndio dos seus ensinamentos(dos Espíritos).Foi escrito por ordem de DEUS e sob o ditado dos Espíritos Superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos prejuízos do espírito de sistema.'

A base da Filosofia Espírita que a diferencia de outras doutrinas é a questão da Fé Raciocinada.'Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da Humanidade'.

A base da moralidade espírita está na PARTE TERCEIRA de O Livro dos Espíritos – Das LEIS MORAIS.Na ética é que a moral espírita se consolida filosoficamente. O Espiritismo, não por hipóteses mas por fatos, prova a existência do mundo invisível,a nossa imortalidade, como seres espirituais perfectíveis e o futuro que nos aguarda: dilata a nossa visão espiritual,evoluciona completamente o curso de nossas idéias; proporciona ao homem o progresso intelectual e o avanço moral.

A Filosofia Espírita alenta o coração;considera os infelizes,os deserdados deste mundo,como irmãos a quem devemos apoiar.É colocando-nos neste ponto de vista,que afirmamos ser uma simples questão de tempo,a distância que o selvagem mais embrutecido e o homem de gênio de um país civilizado.No domínio Moral,dá-se ainda o mesmo fato: perversos como Nero e Calígula,podem e devem,no futuro,elevarem-se espiritualmente,ininterruptamente,a luminosos destinos,que se perdem ao infinito.
O egoísmo é inteiramente destruído pelo Espiritismo.Esta Doutrina proclama que ninguém pode ser feliz se não amar seus irmãos e se os ajudar a progredirem moral e intelectualmente.Na lenta evolução das existências,podemos ser,por diversas vezes e reciprocamente,pai,mãe,esposo,filhos,irmãos,etc.Os efeitos diferentes que essas posições diversas fazem nascer,cimentam nos corações,laços poderosos de amor.
É pelo auxílio mutuamente prestado,que podemos adquirir as virtudes necessárias ao nosso adiantamento espiritual.

A PROPOSTA ESPÍRITA NÃO É EVANGELIZAR NINGUÉM.

Infelizmente,há uma exposição de imagens e conteúdos da vida de Jesus, que tentam introjetar nos espíritas(sei que é bem intencionado),mas não produzem os resultados que se almejam, com tal metodologia.Porque não fazem os espíritas descobrirem as verdades que trazem em si mesmos;eis a proposta espírita,por isso que ela é FILOSÓFICA E DE ALCANCE PEDAGÓGICO,para se autoconstruir o ser em formação. Na realidade,o espírita continua um ignorante de si mesmo, e o que é pior,acreditando que seguir os passos de alguém,irá proporcioná-lo uma mudança de 'fora para dentro',sem esforço pessoal para se autoconstruir, por valores morais autênticos,que serão exemplificados por ele e não que fiquem no contexto de um Espírito, que propagou tais ensinos...
Como se pode discutir temas atuais,na visão espírita,se não há estudo na Casa?Há um contrassenso dos dirigentes e até dos membros de tal lugar...NÃO SE ESTUDA E NEM SE APROFUNDA NA FILOSOFIA ESPÍRITA.
Se esperarmos que o 'Acaso'(que não existe),resolva as coisas,não haverá maturidade espiritual;pois,sem o contributo do estudo sistematizado da Doutrina Espírita e de uma metodologia que se embase na proposta doutrinária, e não em 'igrejismo' arraigado do Movimento Espírita;não haverá avanço intelecto-moral.
Para se atingir o senso moral,é necessário o exercício de nossa inteligência, em prol de nosso autoconhecimento e de nos instruirmos acerca dos conhecimentos espirituais,capacitando constantemente o nosso Espírito,na assimilação verdadeiramente sentida de tais aprendizados,em nosso dia a dia.Isso não se faz da noite para o dia,mas sim com perseverante disciplina moral.

Ciência e Filosofia,de consequências morais.
Trazer a Filosofia Espírita para as Casas Espíritas.Incentivando os espíritas a pensarem e a buscarem soluções,que estão em si mesmos.Não somos católicos ou evangélicos,para ficarmos falando em Jesus.O que se deve excluir,é a idolatria em torno da figura de Jesus.Temos de estudar as Leis Morais,que se encontram em 'O Livro dos Espíritos'.A Doutrina Espírita toma como objeto de estudo,o Ensino Moral(que pertence a Deus e não a Jesus),em dado período histórico.Jesus não é o ÚNICO modelo de perfeição,houveram outros Espíritos Superiores,que também propagaram ensinos morais.A moral é universal e não está vinculada apenas a um período histórico,denominado de Cristianismo.Cristianismo é religião.

Se perguntarmos a um espírita, que acredita que Espiritismo é religião e cristão;certamente,dirá que devemos praticar o Evangelho e seguir o mestre Jesus e etc.Que transformação se deve esperar,de tal postura religiosa?

Quando se submete aos 'parâmetros religiosistas',que fundamentam a evangelização(que nada tem de espírita)à Doutrina Espírita;ficam expostas as mazelas das velhas fórmulas religiosas,eivadas de conceitos cristãos(criados pelos homens),que não surtem o efeito esperado, nas mentes e nem dos corações de ninguém.Em realidade,apenas fica o exercício da memória e o verniz das atitudes,sem a correspondente reforma íntima.Jesus não é a figura central do Espiritismo e nem a Espiritualidade Superior o idolatra como fazem os que tem uma visão religiosa da Doutrina.

Jesus NÃO é a base da Doutrina Espírita!!
Por que não se fala em Deus e da grandiosidade de sua lei?A Doutrina Espírita já utiliza Jesus, como exemplo de boa moral e elevadas virtudes,há muito tempo;mas a PROPOSTA ESPÍRITA não foi e nem é, para se evangelizar ninguém.Mas estudarmos os ENSINOS MORAIS,sob o enfoque da FILOSOFIA ESPÍRITA.Senão,seria O ESPIRITISMO SEGUNDO O EVANGELHO e NÃO O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO.Há uma grande diferença.


Todo avanço é intelecto-moral.Não existe evolução moral,sem o contributo da inteligência.

A tendência religiosa da ampla maioria das instituições, tem sido o principal elemento de desvalorização da proposta consciencial e sociológica do Espiritismo. Fala-se muito de quase tudo, mas sem a profundidade e o alcance devidos, resultando em casuísmos, achismos e respostas opinativas, que não subsistem a comparação com os fundamentos da Doutrina.Substituem a FILOSOFIA ESPÍRITA – graças à simpatia dos responsáveis pelas atividades espíritas e, de roldão, os frequentadores – pela literatura mediúnica 'oficial', isto é, as obras psicografadas por médiuns famosos e ditadas por Espíritos considerados quase como 'unanimidades'; apesar de não terem, seus escritos submetidos aos mesmos parâmetros, do trabalho kardequiano (o Controle Universal do Ensino dos Espíritos).

Há mensagens mediúnicas de Emmanuel e Joanna de Ângelis,tentando transformar o Espiritismo, em mais uma seita evangélica, legando a segundo plano, não só a prudente FILOSOFIA ESPÍRITA de vida, como ainda as provas fenomênicas da existência de uma vida espiritual verdadeira, completamente diferente daquela que o Cristianismo, com Emmanuel e de Ângelis estavam pregando.

Mas o que podemos verificar é que impera esta mentalidade: não respeitam mais Kardec e, para os seguidores do tal Cristianismo redivivo, nada mais teria valor, senão, a salvação por Cristo, o exemplo de vida e o grande Mestre, responsável pelo nosso planeta.Jesus não é o nosso mestre,porque não somos seguidores dele.Praticamos a Lei de Deus.

Por que não adotamos a FILOSOFIA ESPÍRITA,em nossas vidas?
Por que não compreendermos,em significação e amplitude,os 'caracteres do HOMEM DE BEM'? E o 'conhecimento de si mesmo',fica relegado a segundo plano?

A Doutrina Espírita,em seu aspecto científico-filosófico,de consequências morais;basta para a compreensão real e não a idealizada de muitos...
Se a Doutrina tem consequências morais,elas decorrem de sua Filosofia.E não está circunscrita aos exemplos morais de Jesus,que são apenas objetos de estudo.
Isso não quer dizer que, não se possa citar os aspectos morais da passagem de Jesus na Terra.Mas não como faziam os jesuítas e tantos outros religiosos...as igrejas estão cheias de adoradores de Jesus,mas a reforma íntima que é bom...
Temos as Leis Morais,que nos patenteiam elementos mais significativos e abrangentes,inseridos no estudo da Filosofia Espírita.

Realmente,não existe progresso moral,sem o contributo da inteligência.Todo avanço é intelecto-moral.
Não se está desprezando o progresso moral,mas se enfatizando um processo de análise e aprofundamento,que nos proporcione se chegar a esse progresso moral.Se temos a Filosofia Espírita,que nos norteia o 'pensar' e o 'sentir',de forma a nos libertarmos de velhas fórmulas religiosas;credenciando o SER imortal a se autoconhecer,nos remetendo à NOSSA ORIGEM E DESTINAÇÃO,a se instruir nos conhecimentos espirituais,habilitando-se a aprender corretamente e a exemplificar tais conteúdos,na sua romagem na Terra;para que ficarmos CIRCUNSCRITOS ao que determinado Espírito, vivenciou moralmente?Devemos adotar o Espiritismo,como filosofia de vida e para isso,não se necessita que façamos, o que fazem as religiões que adotam tais posturas ineficazes e contraproducentes:seguir os passos de um dado Espírito e esquecermos de que podemos ser como ele.Mas para se conseguir tal coisa,necessário se faz que, abandonemos a IDOLATRIA E A VISÃO RELIGIOSA,que não permitem a evolução espiritual da HUMANIDADE.Senão,não teríamos a Doutrina Espírita.


É triste ver uma Doutrina tão mal compreendida e tão distorcida...É o atavismo religioso tão fortemente defendido e confundido com Doutrina Espírita.Misturam-se 'alhos com bugalhos'.Não há fundamentação lógica e principalmente,embasada no Espiritismo.

-Não há líderes no Espiritismo(seja Kardec e/ou Espíritos) e não preconiza a idolatria
para médiuns,autores e nem Espíritos.Ponto.

-A Doutrina Espírita não é obra do Cristo.Jesus não é Deus.Ponto.

-Ciência e Filosofia,de consequência morais.A Doutrina Espírita não é religião e nem cristã.Ponto.

-Jesus não é Espírito Puro e nem a figura central do Espiritismo.Ponto.

-Não existem colônias espirituais,vales,lugares circunscritos(como purgatório ou tido como inferno).Ponto.

-O mundo espiritual não é uma cópia perfeita do mundo material.Ponto.

-Não existem obras complementares(depois da Codificação)mas sim obras paralelas.Ponto.

-O Evangelho segundo o Espiritismo não é o livro principal e nem essencial.E nem os livros do médium Chico Xavier.Temos a Filosofia Espírita.Ponto.

-Não praticamos o Evangelho mas sim a LEI DE DEUS.Ponto.

-Os Espíritos Superiores não se reportam à Jesus(também um Espírito Superior).Ponto.

terça-feira, 7 de julho de 2009

UM ENSAIO ACERCA DA CIÊNCIA DO FUTURO.


Filosofia da Ciência Espírita – I – A Religião.

O Espiritismo é considerado por alguns, como mais uma filosofia espiritualista. Outros já o enquadram como uma Ciência rigorosa, empírica, não apresentando nenhum compromisso com princípios metafísicos. Outras correntes admitem um caráter eminentemente religioso e moral, sem reflexões filosóficas ou teorias científicas. Finalmente, há aqueles que o classificam como mais uma técnica de cura ou terapêutica de medicina alternativa.
O que é realmente o Espiritismo? Mas o que significa cada um desses termos e quais são as implicações desse entendimento? Vale a pena pensarmos nisso? Sabemos que sim, para descobrirmos os objetivos e o método em que se formou a Doutrina Espírita. E, para compreendermos melhor, estudaremos esses três conceitos.
Na verdade, desde a pré-história humana, quando o homem ainda não desenvolvera a escrita, percebemos a busca incessante da felicidade. E, para chegar à felicidade, as experiências terrenas sempre levam a um questionamento sobre a realidade e as causas dos fenômenos que nos envolvem.
Entretanto, segundo Allan Kardec, "sendo o progresso uma condição da natureza humana, ninguém tem o poder de se opor a ele. É uma força viva que as más leis podem retardar, mas não asfixiar."Vemos o ser primitivo inteiramente preocupado com a satisfação de seus interesses materiais. Nada podendo ainda conceber fora do mundo visível e tangível, imagina toda a realidade constituindo-se dos seres e das coisas com que se deparam. Mais tarde, torna-se necessário, para entender a si próprio, a compreensão do abstrato, para então, aos poucos, adentrar na essência espiritual da vida: a Verdade Real.

Nesse sentido, diversas formas (métodos) de obter o conhecimento da Verdade a respeito de numerosos assuntos (objetos) foram construídos pela sociedade, em todos os períodos da Humanidade. Não é necessário se estender e definir cada método, mas os estudiosos do saber humano classificam o Conhecimento em dois grande grupos: o não-racional e o racional. Toda obtenção passiva, exterior, sem análise, pertence ao primeiro grupo: as diferentes superstições, as ideologias e, como veremos a seguir, as religiões. Por outro lado, todo conhecimento elaborado, refletido, pertence ao segundo grupo: a Filosofia e a Ciência.
A primeira grande organização do saber foram as religiões. Sabemos que os objetos (os assuntos) principais de qualquer religião são a Existência de Deus e a Imortalidade da Alma. Derivada do verbo latino "religare", a religião representa um laço de união entre a criatura e o Criador. Por que, então, é classificada, de um modo geral, como uma forma não-racional do saber, até mesmo como uma superstição melhorada? Porque a esmagadora maioria desenvolve-se segundo o método da Revelação.
Revelar, do latim "revelare", cuja raiz é "velum", véu, significa literalmente "sair de sob o véu", figuradamente, descobrir, fazer conhecer uma coisa secreta ou desconhecida. No sentido especial da fé religiosa, a revelação é sempre feita a homens privilegiados, designados como profetas ou messias, isto é, enviados, missionários, incumbidos de transmiti-la aos homens. Considerada sob esse ponto de vista, a revelação implica passividade absoluta; é aceita sem controle, sem exame, sem discussão. A submissão faz aceitar "de fora para dentro".

A religião em sua estrutura passiva, não permite que a população pense, conheça ou saiba usar os fenômenos para uma amplitude que nos contemple um avanço intelecto-moral.Nesse enfoque, os conceitos devem, então, ser intocáveis, como dogmas. Daí a necessidade de surgirem outros métodos para atingir a Verdade. Emergiram pensadores desafiadores da religião, não por rejeitarem alguns de seus conceitos, mas para produzirem o próprio conhecimento, mesmo errando, porém, com a possibilidade de discutir e usufruir o direito da Liberdade.
Na análise da construção do conhecimento,a primeira grande busca do ser humano foi em torno do sobrenatural,com conotações não-racionais,desenvolvendo as religiões,que,de modo geral,eram atreladas ao Estado,não permitindo ao indivíduo pensar livremente.
Indubitávelmente,o tríplice aspecto da Doutrina Espírita é: CIÊNCIA E FILOSOFIA,de CONSEQUÊNCIAS MORAIS.O termo "Religião" invalidaria o aspecto científico-filosófico.


A Doutrina Espírita não está associada à nenhuma seita(Cristianismo)que apresenta um contexto de princípios particulares e nem acomodativa, com uma proposta religiosa de inserção de conteúdos que não permitem que o Espírito avance intelecto-moralmente.
O termo Religião destoa frontalmente do aspecto Científico-filosófico,de consequências morais da Doutrina Espírita.
O Espiritismo é uma Ciência experimental;ele não foi constituído sobre idéias preconcebidas;não é obra de um homem nem de uma seita e sim,um produto direto da observação.
A certeza da imortalidade do ser pensante surge radiante do estudo dos fatos.Está provado que o "eu" consciente sobrevive à morte,que aquilo que constitui verdadeiramente o homem não é atingido pela desagregação do corpo e que,na vida de além-túmulo,a individualidade humana persiste em sua integralidade.
É esse "eu" consciente que adquire,por sua vontade,todas as virtudes e todas as ciências que lhe são indispensáveis para se elevar na escala dos seres.A Criação não está limitada à fraca parte que os nossos instrumentos nos permitem descobrir;como habitantes exclusivos deste pequeno globo,o Espiritismo demonstra que somos "cidadãos do Universo".
Vamos do simples ao composto.Partindo do estado mais rudimentário,aos poucos nos elevamos à dignidade de seres responsáveis;cada conhecimento novo que, em nós, se fixa,permitem-nos entrever horizontes mais vastos e gozar de uma felicidade mais perfeita.Longe de colocarmos o nosso ideal na ociosidade beata e eterna,acreditamos que a suprema felicidade consiste na atividade incessante do Espírito,na ciência cada vez maior e no amor que desenvolvemos por nossos irmãos,à medida que avançamos no árduo caminho do progresso.
Compreende-se que essas idéias nos obriguem a admitir a pluralidade das existências e a negação completa de um paraíso circunscrito ou de um inferno qualquer.

Quando se pensa na possibilidade de se viver grande número de vezes na Terra,com corpos humanos diferentes,essa idéia,a princípio,parece absurda;mas quando se reflete na soma enorme de conquistas intelectuais que devem possuir os povos civilizados,na distância que separa o selvagem e o homem instruído,na lentidão com que se adquire um hábito,vê-se desenhar a evolução dos seres e concebem-se as vidas múltiplas e sucessivas,como uma necessidade absoluta que se impõe ao Espírito,tanto para adquirir a sabedoria como para a correção de suas imperfeições, exercitadas anteriormente.A vida da alma,encarada sob este ponto de vista,demonstra que o mal não existe ou,antes,que ele é criado por nós e é resultante da nossa ignorância.
Existem leis eternas que não devemos transgredir;mas,se não nos conformamos com elas,temos eternamente a faculdade de repararmos,por novos aprendizados e esforços,as nossas imperfeições.É por provas inumeráveis que todos nós devemos passar,que chegaremos à felicidade,apanágio de todos os seres viventes.

A Filosofia Espírita alenta o coração;considera os infelizes,os deserdados deste mundo,como irmãos a quem devemos apoiar.É colocando-nos neste ponto de vista,que afirmamos ser uma simples questão de tempo,a distância que o selvagem mais embrutecido e o homem de gênio de um país civilizado.No domínio Moral,dá-se ainda o mesmo fato: perversos como Nero e Calígula,podem e devem,no futuro,elevarem-se espiritualmente,ininterruptamente,a luminosos destinos,que se perdem ao infinito.
O egoísmo é inteiramente destruído pelo Espiritismo.Esta Doutrina proclama que ninguém pode ser feliz se não amar seus irmãos e se os ajudar a progredirem moral e intelectualmente.Na lenta evolução das existências,podemos ser,por diversas vezes e reciprocamente,pai,mãe,esposo,filhos,irmãos,etc.Os efeitos diferentes que essas posições diversas fazem nascer,cimentam nos corações,laços poderosos de amor.
É pelo auxílio mutuamente prestado,que podemos adquirir as virtudes necessárias ao nosso adiantamento espiritual.
Nenhuma filosofia se elevou ainda a tão grandiosa concepção da vida universal,nenhuma nos ofereceu ainda Moral tão pura! Por isso,a Doutrina Espírita se apresenta ao mundo,apoiada nas bases inabaláveis da certeza científica.


O Espiritismo é uma Ciência progressiva,baseia-se no Ensino dos Espíritos e na análise minuciosa dos fatos.Não tem dogmas nem conteúdos doutrinários cuja discussão seja interdita;além da comunicação entre os vivos e os mortos e do príncipio da reencarnação,que estão absolutamente demonstrados,a Doutrina admite todas as teorias racionais que se referem à origem e ao futuro da alma.Em uma palavra,existe um critério metodológico de aferição:"CUEE"(Controle Universal do Ensino dos Espíritos)que nos permitem acompanhar os avanços de vários campos do saber humano.Ensejando-nos uma superioridade incontestável sobre as outras filosofias,cujos adeptos se conservam encerrados em estreitas malhas.


Analisemos sob o prisma da Filosofia Espírita,o termo "Evangelizar".
Seu contexto tem uma significação pedagógica e uma aplicabilidade, que resultem em nossa melhoria moral e,certamente,como suporte, em nossa Reforma Íntima?

Em minha opinião pessoal,percebo que "Evangelizar" se tornou uma mera repetição das Escrituras:apenas nos "instrui" em conteúdos que nos exercitam numa memorização de certas passagens da vida de Jesus e, no que ele propagou como sendo verdades espirituais da Lei de Deus.Os Evangelizadores nos apresentam um contexto que deveria ser moralizante,em forma de expressões que devem pairar em nossas mentes,como sendo de autoria do Mestre Jesus e, por isso mesmo,veneradas, se traduzindo numa deificação de um simples mensageiro, do que, propriamente,uma proposta pedagógica de se estudar e praticar a Lei de de Deus,através do Ensino Moral.